E se? Invariavelmente alguém já pensou e se tivesse sido assim. Tantos “se” que podemos enumerar que fica difícil. Mas, hoje quero pensar em um só. E se um dia ele não tivesse escolhido nos deixar, sim ele escolheu. Por obra do destino voltei na casa dele no último domingo, nada mais é como era, só que a memória é esperta e preciosa, sem nem fechar o olho cenas fotografadas por ela foram passando num olhar perdido.
A estrada mudou, a porteira mudou, o Japão não late mais quando a gente entra, a mandioca não está mais plantada no campo ao lado, o matador de mosca não é visto em movimentos rápidos e ele não está mais sentado em uma cadeira sem guarda sob a área. O telhado do galpão escuro caiu – os arreios não estão mais ali. Não tem galinha, nem galo, nem porco. Cavalos têm, só que no campo do vizinho. A bergamota, o cáqui chocolate e o abacate caem do pé de tão maduros que ali estão. Não se vê mais ao longe do campo, algum inço alto cobriu a minha visão. Preferi fechar o olho, sacudir a cabeça, como quem quer esquecer.
Outra imagem me veio à cabeça, na sombra daquelas árvores um dia estivemos todos juntos. Raro dia, mas eu lembro. Lembro que era aniversário dele. Lembro que não aproveitei, apertei, beijei o quanto eu deveria em todos os dias. Lembro que a vida segue e que “cedo ou tarde a gente se encontrar”. E “tenho certeza numa bem melhor” onde tu não escolha nos deixar.
Lila, adorei o post sobre o nosso Vô Protásio.
ResponderExcluirÉ engraçado tu lembrares tão vividamente dos detalhes de lá, já que eras tão pequena quando tudo aconteceu. Mas o amor não tem idade,né?
Raro o dia em que não lembre dele e as lágrimas me corram soltas...Sem controle...Acredito que eu não seja a única.
Mas tenho certeza que a recuperação do sítio do vô deve estar deixando ele muito feliz lá em cima. E aposto que ele deve estar pensando: "Ah, se eu não tivesse decidido ir embora..."
Beijos da dinda Rô.