segunda-feira, 8 de abril de 2013

Eu, jornalista

Ontem, domingo, 7 de abril, foi o Dia do Jornalista e por alguma questão pensei de onde surgiu o meu eu jornalista. Revi cenas do passado, lembrei algumas ocasiões e cheguei à conclusão que a Marília jornalista nasceu exatamente no dia em que vim ao mundo.

Isso é vocação, destino, ninguém escolhe o jornalismo por ser rentável ou estabilidade na carreira. Afinal, estas são palavras fora do dicionário. Posso ser jornalista por gostar de contar histórias, preferir ser a narradora da peça de teatro a atriz, por ter sido a escolhida na terceira série para ir até o estúdio da Rádio Rio Pardo falar pela turma – eu lia bem.

A jornalista pode ter nascido nas brincadeiras nos veraneios em Rainha do Mar, onde uma câmera portátil, de fita, servia para gravar telejornais. Diga-se, bem elaborados. Mais tarde eu saberia que ali havia passagens, sonoras, escalada, cabeça, e matérias com direito a cases. Usava o irmão e o primo (mais novos) como câmeras, e até mesmo personagens das minhas histórias. Os gatos, a tartaruga Jô, todos tiveram as histórias documentadas, o que comiam, o que faziam, qual o passatempo preferido. Mal sabia eu, mas eles foram meus primeiros entrevistados (?).

E meus espectadores? Consumidores da minha informação? Os tios, os primos, a mãe, o mano, o pai, quem estive na sala na hora da exibição. Hoje esse DVD está muito bem guardado, um dia, quem sabe, eu divulgue.

A jornalista que aqui escreve pode ter tido certeza da profissão quando respondeu o questionário do Baile de Debutantes, em 2003. Mas, em 2005 preferiu a Fisioterapia, pelo menos no vestibular e na semana da matrícula lembro de um dialogo travado com a mãe, em meio a um banho de sol. “Não tenho certeza que é isso que eu quero fazer.” “Mas vai lá e faz, se não gostar, troca!”

Troquei, tranquei, depois de duas aulas. Bioquímica e anatomia. Aquilo não era para mim. Eu queria lidar com pessoas, mas não assim. Queria contar histórias, queria mudar o mundo, nem que fosse uma pequena parcela dele.

2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, eu jornalista formada. Aprendi a amar a profissão, a achar o glamour no simples. Enfrentei a queda do diploma e foi com ele em mãos que ganhei o registro na minha carteira de trabalho. Sou jornalista profissional, com o aval do Ministério do Trabalho.

Não gosto de imprevistos na minha rotina de vida, mas na da profissão eles são os melhores acontecimentos. Como repórter multimídia, fiz vídeo, foto, ao vivo no rádio. O frio na barriga é sempre o mesmo, nem sempre o texto flui com facilidade, mas é automático ouvir o fato/história e já imaginar mentalmente como ele vai ficar em parágrafos, caracteres, vírgulas, pontos.

Ser jornalista é observar, imaginar o que há além do que é visto, é ter sempre um bloco e uma caneta, é ouvir tudo, saber que tudo é importante. Ser jornalista é não ter feriado, nem fim de semana, é aprender a gostar de não ter essas folgas. É tentar que a razão sempre fale mais alto. É viver diariamente com o coração pulsando pela pauta nova, pelo mistério, pela magia de um texto feito e publicado.

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